Artigos: Oficina de trovas

26 de Julho, 2012

NO ÉDEN

Hoje eu só quero saber onde estás: Vou enlaçar os meus sonhos aos seus, sei que em seu mundo não pesam jamais sonhos feridos unidos aos meus.  Minhas malicias ficaram pra trás: não trilharei mais caminhos ateus... Busco meu mundo repleto de paz, tal qual um éden - viver semideus.  Neste meu vale sem cor, nem valor, vejo lampejos cruzando o meu fim; por isso torno e prossigo no amor.  Se dentre às pedras jogadas em mim, em qualquer fenda nascer uma flor, lá, com certeza, farei meu jardim.

Ari Santos de Campos

26 de Julho, 2012

TRILHAS DA VIDA

Nas trilhas da vida meu sol se enlaça às trevas da noite e à farsa de alguém que vive zombando e impondo desgraça a quem nunca soube amar muito bem.  Por isso é que eu bebo o sacro da taça e sinto o seu fel descendo que nem a vida que eu levo (sina devassa) ao mundo das trevas como desdém.  Decerto não levo, ao mundo do além, o belo da vida assim como vem do sopro divino ou forja da graça.  Do vale dos tempos eu sou um refém de monstros ocultos “sonhos” porém eu sou uma sombra de vida que passa.

Ari Santos de Campos

26 de Julho, 2012

NA TUMBA

À face da noite sem trégua se entrosa às fadas e bruxas, à luz da magia... Aos berros os bravos com dor pavorosa acordam à noite da melancolia. De muitos aromas o cheiro da rosa infesta essa noite medonha e sombria, enquanto que aos prantos a musa melosa se abraça na lira em vivaz melodia. Estão inspirados meus versos, diversos, das sombras ocultas, em sã fantasia, ao mundo dos feitos e sonhos imersos. Enquanto que os berros se calam, dispersos e a noite soturna se faz calmaria, as musas na tumba desterram meus versos.

Ari Santos de Campos

26 de Julho, 2012

OH PAI, ME LEVAI !

Eu quero apagar, tira-lo da mente, o vulto da cena visto em um dia: do luto o meu choro, tão comovente que a fala esmorece e a voz balbucia. O povo aparece e por conseqüente, faz a procissão, com “Ave-Maria”, prossegue nas ruas, tendo na frente, a cruz e um esquife entre a romaria. E junto ao cortejo, no campo-santo, se seguem gemidos com emoção... e aos prantos sepultam meu pobre pai. A terra sem seiva destroça o encanto da vida que torna ao pó deste chão... então eu vos peço: oh pai, me levai!...

Ari Santos de Campos