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31 de Julho, 2012

XXVII - Jogos Florais de Curitiba

UBT – SEÇÃO DE SANTA CATARINA ATO DO PRESIDENTE NACIONAL DA UBT: ATO Nº 05/12 – O Presidente da União Brasileira de Trovadores, no uso de suas atribuições, e tendo em vista a documentação encaminhada à Presidência da UBT Nacional, considera INSTALADA a UBT Estadual de Santa Catarina, sob a Presidência da Trovadora Gislaine Canales.


A DIRETORIA DA UBT ESTADUAL DE SANTA CATARINA
Presidente Estadual: Gislaine Canales 
Vice Presidente: Ari Santos de Campos 
Presidente do Conselho: Maria Luiza Walendowski 
Secretária: Glédis Tissot

XXVII – Jogos Florais de Curitiba

Neste último final de semana (entre os dias 15 a 17), foram realizados em Curitiba os festejos dos XXVII Jogos Florais de Curitiba, da União Brasileira de Trovadores (UBT), Seção de Curitiba e organizados pela trovadora Dra. Andréia Motta, presidente da referida Seção.

Estiveram presentes valiosos trovadores de várias partes do Brasil e também da Argentina, Venezuela e México. O presidente nacional da União Brasileira de Trovadores (UBT), Dr. Luiz Carlos Abritta, se fez presente e também o dr. Maurício Friedrich, presidente estadual da UBT do Paraná, além de vários outros presidentes e vice-presidentes estaduais da UBT.

De Santa Catarina participaram, desse evento, o trovador Ari Santos de Campos, presidente da UBT de Itajaí; a trovadora Maria Luiza Walendowsky, presidente da UBT de Brusque; a trovadora Eliana Jimenes, vice-presitende de cultura da UBT de Balneário Camboriú e a trovadora Maria Teresinha de Souza, da UBT de Itajaí. Houve vários congraçamentos festivos e, em especial, a Sessão Solene de entrega de troféus e diplomas aos vencedores do concurso de trovas antes realizado, a nivel nacional/internacional e do Estado do Paraná.

Com o tema “Justiça”, as trovas classificadas a nível nacional foram as seguintes:

1º lugar/Mara Melinni de Araujo Garcia (Caicó-RN) Que a lei, com todo seu porte, seja um escudo do bem… E que a justiça do forte seja do fraco também!

2º lugar/José Ouverney (Pindamonhangaba-SP) Aprimorar o meu ser é tarefa que me assusta: nem sempre a mão do dever, cumprindo o dever… é justa!…

3º lugar/Alba Christina Campos Netto (São Paulo-SP) Se a mão do mundo elimina justiça, amor e confiança, vou buscar a mão divina no outro prato da balança.

4º luar ( Sérgio Ferreira da Silva (Santo André-SP) Justiça somente existe, no combate ao erro e ao crime, se a mão que julga reiste com firmeza à mão que oprime.

4º lugar/Maurício Cavalheiro (Pindamonhangaba-SP A lei é bem exercida, se a justiça não fraqueja: pena tem que ser cumprida, por mais comprida que seja.

5º lugar/Delcídio de Barros Moreira Sobrinho (Juiz de Fora-MG) Que a proteção sempre venha, com justiça e sem barganha, da Lei Maria da Penha… para a Maria que apanha.

Depois destas cinco trovas classificadas, existem mais oito Menções Honrosas e mais oito Menções Especiais. O mesmo acontece com as classificadas a nível internacional e também as do Estado do Paraná.

TROVAS MINHAS (Ari Santos de Campos)

Sobre o mar sereno e triste vou remando à luz da sorte.
Porque ponte não existe na passagem para a morte.

Justiça não mete medo pela palavra que tem…
Dá medo, não é segredo, é da injustiça de alguém.

Quando me for desta vida, não quero choro,
senão uma velinha acendida com flores soltas no chão!

Em nossa casa, de outrora, - quero o teu riso escutar!
Em vez de risos, agora, ouço um cão triste me uivar…

Quando me for desta vida: - lá na supra dimensão
vou cumprir pena contida já de sentença na mão!

Meu demônio faz pirraça: quer usar meu coração…
- Se deixar me faz de graça, do seu fogo, uma paixão!

Vou à noite, na janela, mergulhar na escuridão:
nas sombras o vulto dela me sossega o coração!

Do seu posto, à sentinela, - sobre o teto do galpão,
galo duro de panela, abre a goela, canta em vão!…

Vou de braços à bebida, - já devorei mil barris…
Para que serve esta vida, se não me fazes feliz! 

Galopei na corda bamba: - fiz do mundo um desafio…
Sobre a vida que descamba hoje eu zoa um vento frio!

Vou remando de partida num mar imenso de paz…
Mas as ruínas da vida vão nadando, logo atrás!…

Bate a chuva na janela, o seu vento me assobia…
vou morrer tão longe dela: dessa luz que me alumia!…

Fico pasmo quando penso na velhice que chegou:
com demônio nunca venço… - Meu vigor já me levou!…

No sertão, à luz de vela, vou buscar minha rainha:
- minha vida, vida bela… Para sempre, toda minha!

Ari Santos de Campos

26 de Julho, 2012

NUVENS DE FADA

Categorias: Sonetos

Nuvem de fadas há certo momento, vira miragem por todo luar... Vulto demente, com o seu talento, lá faz a minha alma perambular.  Junto dos sonhos vou solto no vento, longe de tudo e de todo zumbar... Meus desatinos, em são sacramento, jazem-se ao fluxo e refluxo do mar.  Numa visagem o meu anjo-bento larga seu mundo e cá vem reparar todas mazelas do meu sofrimento.  Arfam-se os ventos em um trovejar: vulto demente se vai ao relento, nuvem de fadas me traz o sonhar.

Ari Santos de Campos

26 de Julho, 2012

NO ÉDEN

Hoje eu só quero saber onde estás: Vou enlaçar os meus sonhos aos seus, sei que em seu mundo não pesam jamais sonhos feridos unidos aos meus.  Minhas malicias ficaram pra trás: não trilharei mais caminhos ateus... Busco meu mundo repleto de paz, tal qual um éden - viver semideus.  Neste meu vale sem cor, nem valor, vejo lampejos cruzando o meu fim; por isso torno e prossigo no amor.  Se dentre às pedras jogadas em mim, em qualquer fenda nascer uma flor, lá, com certeza, farei meu jardim.

Ari Santos de Campos

26 de Julho, 2012

TRILHAS DA VIDA

Nas trilhas da vida meu sol se enlaça às trevas da noite e à farsa de alguém que vive zombando e impondo desgraça a quem nunca soube amar muito bem.  Por isso é que eu bebo o sacro da taça e sinto o seu fel descendo que nem a vida que eu levo (sina devassa) ao mundo das trevas como desdém.  Decerto não levo, ao mundo do além, o belo da vida assim como vem do sopro divino ou forja da graça.  Do vale dos tempos eu sou um refém de monstros ocultos “sonhos” porém eu sou uma sombra de vida que passa.

Ari Santos de Campos

26 de Julho, 2012

NA TUMBA

À face da noite sem trégua se entrosa às fadas e bruxas, à luz da magia... Aos berros os bravos com dor pavorosa acordam à noite da melancolia. De muitos aromas o cheiro da rosa infesta essa noite medonha e sombria, enquanto que aos prantos a musa melosa se abraça na lira em vivaz melodia. Estão inspirados meus versos, diversos, das sombras ocultas, em sã fantasia, ao mundo dos feitos e sonhos imersos. Enquanto que os berros se calam, dispersos e a noite soturna se faz calmaria, as musas na tumba desterram meus versos.

Ari Santos de Campos

26 de Julho, 2012

SER POETA

Categorias: Sonetos

Tingida de sonhos as noites me vêm com  asas quimeras do meu querubim: em vôo, de repente, descubro no além os versos perdidos, num vago confim. Abraço esses traços e junto também os dogmas impostos às vidas e assim vou destro na fonte e me torno refém das bravas mazelas grudadas em mim. No horto sagrado, sem vidas, estão os versos trazidos, iguais a um buquê de flores morridas, ornando o jardim. E junto das folhas, aos ventos se vão comigo a magia dos sonhos porque eu sou um poeta das sombras ao fim.

Ari Santos de Campos

26 de Julho, 2012

OH PAI, ME LEVAI !

Eu quero apagar, tira-lo da mente, o vulto da cena visto em um dia: do luto o meu choro, tão comovente que a fala esmorece e a voz balbucia. O povo aparece e por conseqüente, faz a procissão, com “Ave-Maria”, prossegue nas ruas, tendo na frente, a cruz e um esquife entre a romaria. E junto ao cortejo, no campo-santo, se seguem gemidos com emoção... e aos prantos sepultam meu pobre pai. A terra sem seiva destroça o encanto da vida que torna ao pó deste chão... então eu vos peço: oh pai, me levai!...

Ari Santos de Campos